terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pesquisa revela que 8 em cada 10 idosos brasileiros não entendem os rótulos das embalagens nos supermercados


foto notíciasPesquisa realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor confirma uma dificuldade que faz parte do nosso dia a dia: 40% das pessoas não conseguem ler as informações nutricionais que aparecem nas embalagens dos produtos alimentícios. Entre os consumidores acima dos 50 anos, o número cresce para 78%

Em reportagem especial sobre o assunto, realizada pelo Jornal do SBT Brasil no dia último dia 12 de novembro de 2013, foram entrevistadas algumas pessoas na faixa da 3ª idade, entre elas, Anisia Spezia, colunista e coordenadora de cuidadores voluntários do Portal Terceira Idade. 

“Quando os produtos apresentam essas letras pequenininhas, deveriam oferecer uma lupa de brinde”, brinca Anisia. “Eu acho que é descaso mesmo!”, desabafa. 

Outra questão levantada pela pesquisa é a clareza das informações para quem tem que evitar um componente, como sal, por exemplo. Na maioria dos rótulos, o que aparece é a quantidade de sódio, que não é a mesma coisa. Especialistas em saúde constataram: as informações nutricionais pouco ajudam o cidadão. 

“As pessoas às vezes têm uma orientação de um profissional de saúde, mas, quando vão procurá-las nos rótulos ou nas embalagens dos produtos, não as encontram de forma correta e acessível”, enfatiza o nutrólogo e cardiologista Daniel Magnoni. 

A data de validade, por exemplo, é outro dado que apresenta, na maioria dos casos, dificuldade para leitura. 

Esse é o primeiro estudo que avalia o problema no Brasil. Foram ouvidas 807 pessoas em quatro cidades brasileiras. O instituto que fez a pesquisa defende a padronização das tabelas nas embalagens no Brasil e também a adoção do chamado“semáforo nutricional”, como os encontrados em produtos importados, por exemplo. Neles, as cores verde, amarela e vermelha identificam os nutrientes em maior ou menor quantidade.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Uma casa bem mais segura para os idosos

Com o tempo passando e a idade chegando, alguns dos problemas mais comuns entre os idosos são aqueles que envolvem o sistema auditivo – como a surdez, por exemplo - e as quedas – mesmo dentro de casa. Muitas vezes, esses tombos provocam fraturas com consequências graves para a qualidade de vida e a saúde do idoso prejudicando a sua mobilidade e fazendo com que ele se torne dependente das pessoas ao seu redor. Após os 80 anos de idade, a osteoporose acontece com a mesma frequência tanto para homens como para mulheres, portanto o cuidado deve aumentar a partir dessa idade” ressalta a Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães, Otorrinolaringologista e Otoneurologista de Curitiba. Rita lembra que casos mais graves de fraturas podem levar à morte, principalmente quando eles envolvem o fêmur. “Cerca de 30% dos idosos que fraturaram o fêmur morrem em um ano. 

Além disso, o indivíduo que passou por uma cirurgia decorrente de queda pode ter complicações como um bloqueio da artéria pulmonar, broncopneumonia, risco cardíaco e infecções de maneira geral”, alerta. Mas o que fazer para evitar estes tombos? O idoso não pode ser impedido de se movimentar, porque assim ficará com mais problemas de mobilidade. Ele precisa de segurança. Além de fazer recomendações a idoso, é preciso preparar a casa para ele.

As quedas podem ser causadas devido ao ambiente, como piso inadequado, tapetes escorregadios, má iluminação, degraus, má localização dos móveis, ou por questões próprias do paciente como alterações sensitivas, sejam elas visuais, auditivas, no equilíbrio ou no tato, perda de força muscular ou alterações cardíacas e vasculares. “Existem também aquelas causas secundárias, como o uso de medicações que podem alterar a pressão arterial e provocar tontura”, lembra Rita. 

Para evitar quedas dentro de casa e tornar os ambientes mais seguros, existem algumas recomendações que devem ser seguidas por todas as famílias. “O acesso deve ser fácil, com piso externo áspero, marcações claras no caminho e sem barreiras que possam atrapalhar o caminho. 

As maçanetas devem ser do tipo alavanca e ao invés de escadas, a existência de rampas para ligar ambientes com níveis diferentes é indicado”, diz Rita.

Além disso, é importante que a casa tenha uma boa iluminação, com interruptores de luz próximos à cama, luz de emergência e luz noturna nos banheiros, corredores e cozinha, barras de segurança em alguns cômodos, gavetas de fácil abertura e objetos de uso frequente em locais de fácil acesso. “Assim, o idoso pode levar uma vida normal, com os cuidados necessários, sem se tornar dependente”, conclui Rita.

Cores claras nas paredes ajudam a iluminar o caminho e ainda melhoram o humor dos idosos.
Tapetes são bons evitar, assim como móveis baixos com pontas que possam cortar e machucar.


DICAS PARA UMA CASA SEGURA
Sala
. Ajuste a altura de poltronas e sofás e priorize poltrona individual com apoios  laterais, facilitando o levantar.
. Coloque antiderrapante na parte  inferior do tapete. O ideal é não ter.
. Evite excesso de móveis. Dê preferência  a móveis arredondados para evitar lesões graves

Cozinha
. Torneiras com alavanca facilitam o manuseio.
. Fogão e bancada da pia com altura (80 cm)  que facilite as atividades de culinária.
. Os utensílios mais usados devem estar em  armários de fácil acesso.Prefira pratos e copos de plástico ou metal.
. Utensílios como panelas com alças  laterais e longas ajudam a dividir o peso,  evitando queimaduras.
. Evite subir em bancos para pegar coisas 
fora do seu alcance.
. Verifique sempre se desligou os bicos de  gás no fim de cozinhar.

Lavanderia
. Eletrodomésticos em altura que  permita seu manuseio.-
. Varal de teto deve permitir o manuseio  individual, os que descem em conjunto ficam  pesados e perigosos.
. Tábuas de passar roupa com altura  regulável, na qual o braço fique a 90° de flexão,  dão mais estabilidade e evitam queimaduras

Banheiro
. Trancas que abrem por dentro e por fora  ajudam na eventualidade de o idoso 
passar mal e cair.
. Vaso sanitário em altura maior facilita no momento de levantar. Deve-se colocar 
uma base de alvenaria.
. Barras de apoio devem ser instaladas na  altura de quem vai utilizá-las.
. Piso antiderrapante e fosco diminui o 
risco de quedas. 
. Box: porta de correr, adesivos antiderrapantes  no piso,colocação de barras de apoio,  banco ou cadeiras especiais para banho.

Quarto
. A altura da cama correta é quando o idoso  se senta na beira desta e consegue colocar  facilmente os dois pés no chão.
. Interruptores sempre perto da cama. É ideal  a presença de abajur.
. Barras de apoio dão mais segurança para o idoso se levantar, principalmente  quando sonolento.
. Armários em altura que permita o acesso fácil.
. Janelas acessíveis, leves e simples de abrir

Escadas
. Os corrimãos devem cobrir toda a extensão da escada ou rampa e  se estender por 30cm do início ao final das mesmas, para que o  deficiente visual possa ter certeza do fim da rampa ou escada. 
. Se o carpete estiver solto, cole imediatamente.
. Se a escada não possuir piso antiderrapante, coloque um  pouco de areia na tinta para evitar escorregões ou coloque  fitas de borracha ou abrasiva. 
. O idoso deve ser orientado a descer as escadas de lado, 
sempre mantendo a mão mais firme no corrimão

Quintal
. Corrimãos no quintal ajudam a estimular a  realização de caminhadas e a interação com o meio externo, evitando isolamento social.
. Deve-se evitar desníveis, se necessário, opte por rampas com corrimãos em vez de degraus.
. Se a parte exterior da casa não é muita iluminada,  pinte as bordas dos degraus de branco para uma  melhor visualização no escuro ou instale luzes externas.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Memória no processo de envelhecimento saudável ( I )


Imagem: ShutterstockImagem: Shutterstock
O que é memória? Esta pergunta parece simples de ser respondida por qualquer pessoa, mesmo para leigos. Ao ser questionado sobre o que é “memória”, a resposta é quase imediata: é lembrar-se de algo!
No entanto… será mesmo que “memória” é o ato de lembrarmos de algo? Sim, claro! Mas… apenas isso? Para podermos lembrar algo, necessitamos que a informação da lembrança tenha sido apresentada a nós anteriormente. Portanto, é necessário que nós tenhamos aprendido aquela informação em algum momento de nossas vidas!
Mas agora surge outro problema: se, para lembrarmos, temos que ter aprendido a informação em algum momento de nossas vidas, então onde está a lembrança dos conteúdos dados nas aulas de matemática, das fórmulas de química, dos nomes complicados da biologia e das regras do português?
Bom, se esta pergunta acima faz sentido a você, leitor, significa que você está começando a entender o que é “memória”! Afinal, significa que conseguiu entender que ainda falta alguma coisa para podermos definir, de fato, “memória”.
Realmente, para que possamos lembrar algo, é necessário que tenhamos sido apresentados a esta informação previamente. Mas, mais do que ter aprendido a informação, temos que ter apreendido esta informação! Ou seja, temos que ter armazenado esta informação!
Portanto, a memória pode ser definida como: aprendizado, armazenamento e lembrança (ou evocação) de informações que já nos foram apresentadas ao longo da vida! Ora, agora faz sentido! Se eu não tiver aprendido algo, não terei como armazená-lo em minha memória e muito menos lembrá-lo! Se eu tiver aprendido, mas não tiver armazenado o conteúdo na memória, também não terei o que lembrar! E se eu tiver aprendido e armazenado, mas não for capaz de trazer estas informações à mente, também não terei lembranças… portanto, a memória é uma tríade, um tripé, que só faz sentido quando todos estes elementos estão presentes!
Pronto! Agora sabemos o que é “memória”!
Precisamos aprender também que a memória, pode ser dividida quanto ao tempo de duração! Então ela pode ser memória de curtíssima duração (dura poucos segundos, por exemplo, o valor da conta na padaria); memória de curta duração (dura algumas horas… a propósito, o que você comeu no café da manhã? Esta é sua memória de curta duração!) e memória de longa duração (dura dias, anos e até a vida toda!).
Além da divisão temporal da memória, há outras divisões (ou subsistemas) que utilizamos mesmo sem saber. Como exemplo podemos citar a “memória de procedimento” e a “memória semântica”. Embora os nomes sejam complicados, a definição é bastante simples. Por “memória de procedimento” entende-se como a memória usada de maneira automática por cada um de nós, sem necessitar de muito esforço para realizar… o ato de andar de bicicleta ou de dirigir automóvel são exemplos dessa memória. Ao andar de bicicleta, nós não necessitamos pensar o tempo todo que é preciso pedalar, equilibrar, virar o guidão, etc. Tudo isso é feito de maneira “automática” pelo nosso cérebro.
Já a memória semântica é composta por fatos e coisas que aprendemos ao longo da nossa vida, como os fatos históricos, o nosso vocabulário, os acontecimentos da nossa vida.
Não se esqueça: manter a memória preservada é importante para a promoção da independência e autonomia das pessoas, e isto colabora para se alcançar um envelhecimento saudável.
Texto por Thais Bento Lima e Eva Bettine – Gerontólogas pela USP e Presidentes da Associação Brasileira de Gerontologia. In:http://www.aterceiraidade.com/vivendo-com-saude/memoria-no-processo-de-envelhecimento-saudavel-parte-1/