terça-feira, 5 de novembro de 2013

Memória no processo de envelhecimento saudável ( I )


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O que é memória? Esta pergunta parece simples de ser respondida por qualquer pessoa, mesmo para leigos. Ao ser questionado sobre o que é “memória”, a resposta é quase imediata: é lembrar-se de algo!
No entanto… será mesmo que “memória” é o ato de lembrarmos de algo? Sim, claro! Mas… apenas isso? Para podermos lembrar algo, necessitamos que a informação da lembrança tenha sido apresentada a nós anteriormente. Portanto, é necessário que nós tenhamos aprendido aquela informação em algum momento de nossas vidas!
Mas agora surge outro problema: se, para lembrarmos, temos que ter aprendido a informação em algum momento de nossas vidas, então onde está a lembrança dos conteúdos dados nas aulas de matemática, das fórmulas de química, dos nomes complicados da biologia e das regras do português?
Bom, se esta pergunta acima faz sentido a você, leitor, significa que você está começando a entender o que é “memória”! Afinal, significa que conseguiu entender que ainda falta alguma coisa para podermos definir, de fato, “memória”.
Realmente, para que possamos lembrar algo, é necessário que tenhamos sido apresentados a esta informação previamente. Mas, mais do que ter aprendido a informação, temos que ter apreendido esta informação! Ou seja, temos que ter armazenado esta informação!
Portanto, a memória pode ser definida como: aprendizado, armazenamento e lembrança (ou evocação) de informações que já nos foram apresentadas ao longo da vida! Ora, agora faz sentido! Se eu não tiver aprendido algo, não terei como armazená-lo em minha memória e muito menos lembrá-lo! Se eu tiver aprendido, mas não tiver armazenado o conteúdo na memória, também não terei o que lembrar! E se eu tiver aprendido e armazenado, mas não for capaz de trazer estas informações à mente, também não terei lembranças… portanto, a memória é uma tríade, um tripé, que só faz sentido quando todos estes elementos estão presentes!
Pronto! Agora sabemos o que é “memória”!
Precisamos aprender também que a memória, pode ser dividida quanto ao tempo de duração! Então ela pode ser memória de curtíssima duração (dura poucos segundos, por exemplo, o valor da conta na padaria); memória de curta duração (dura algumas horas… a propósito, o que você comeu no café da manhã? Esta é sua memória de curta duração!) e memória de longa duração (dura dias, anos e até a vida toda!).
Além da divisão temporal da memória, há outras divisões (ou subsistemas) que utilizamos mesmo sem saber. Como exemplo podemos citar a “memória de procedimento” e a “memória semântica”. Embora os nomes sejam complicados, a definição é bastante simples. Por “memória de procedimento” entende-se como a memória usada de maneira automática por cada um de nós, sem necessitar de muito esforço para realizar… o ato de andar de bicicleta ou de dirigir automóvel são exemplos dessa memória. Ao andar de bicicleta, nós não necessitamos pensar o tempo todo que é preciso pedalar, equilibrar, virar o guidão, etc. Tudo isso é feito de maneira “automática” pelo nosso cérebro.
Já a memória semântica é composta por fatos e coisas que aprendemos ao longo da nossa vida, como os fatos históricos, o nosso vocabulário, os acontecimentos da nossa vida.
Não se esqueça: manter a memória preservada é importante para a promoção da independência e autonomia das pessoas, e isto colabora para se alcançar um envelhecimento saudável.
Texto por Thais Bento Lima e Eva Bettine – Gerontólogas pela USP e Presidentes da Associação Brasileira de Gerontologia. In:http://www.aterceiraidade.com/vivendo-com-saude/memoria-no-processo-de-envelhecimento-saudavel-parte-1/

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